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sexta-feira, 11 de março de 2011

OGUM

Ogum na Umbanda é São Jorge, ou como os umbandistas chamam São Jorge Guerreiro. As lendas de S. Jorge remontam da época das Cruzadas; sua armadura foi levada da Capadócia para a Inglaterra, de onde é padroeiro. Segundo as lendas, ele teria sido um destemido guerreiro, um vencedor de batalhas, de dragões e protetor de fracos e oprimidos. Por sua personalidade forte de guerreiro, sendo conhecido pelos seus fiéis como "santo forte", "vencedor de demandas", "general da Umbanda", etc.
São Jorge é extremamente popular e, através de sua sincretização com Ogum, tornou-se o padroeiro da guerra e da tecnologia, simbolizando todo aquele que trabalha nas linhas de frente, abrindo novos caminhos e alargando fronteiras.
É fácil entender o porque da grandeza de Ogum, já que ele foi o escolhido, pelo Criador, para ser o comandante de todos os Imalés.
Ogum é o rei do ferro e protetor de todos os que venham a trabalhar com instrumentos metálicos. Conhecido e festejado na África como padroeiro da Agricultura.
Ogum é o orixá que vence demanda, que protege seus filhos e guarda sua casa. Ogum é um orixá que vira na esquerda, pois é chefe de Exu, pois enfrentou eles e obteve respeito dos mesmos, essa característica também pode ser percebida uma vez que seu nome aparece também em pontos cantados de Exu. Sua imagem é de São Jorge sobre o cavalo, mas também pode ser uma imagem de um Ogum especificamente (dependendo do terreiro).
Na Umbanda, Ogum continua comandante (Tata) e guerreiro invencível. Se na África seus sete nomes coincidem com os das sete cidades que formavam o reino de Irê, na Umbanda eles se tornaram as falanges que seguem :
a) Ogum Beira-Mar - age nas orlas marítimas
b) Ogum Iara - age nos rios
c) Ogum Rompe-Mato - age nas matas
d) Ogum Malê - age contra todo o mal
e) Ogum Megê - age sobre as almas
f) Ogum De Lei - age junto com a justiça
g) Ogum de Ronda - age nas ruas, do lado de fora das porteiras.
... e pra cada falange, atuando em uma região ou em conjunto com alguma força.
A incorporação de Ogum é fácil de se perceber: Seus filhos tomam uma forma militar com os ombros retos, peito estufado, andar ereto e com a mão ou dedo esticado acima da cabeça.
Cor: Vermelho,verde e branco
Guia: contas de cristal vermelha,verde e branca, dependendo da falange podem ter maior predominância de uma cor do que de outra.
Suas vestes: são roupas vermelhas e brancas, com uma capa vermelha. Fica a critério do médium o uso do capacete.
Planta: Espada de São Jorge
Flor: Palmas brancas e vermelhas
Local: Humaitá e campinas, beira de trilhos do trem.
Símbolos: espada e lança, além do escudo.
Saudação: Ogum Inhê meu pai! Patacorê Ogum!

XANGO

São Jerônimo, sincretizado com Xangô no Brasil, nasceu de uma família abastada, provavelmente no ano 331, na cidade de Stridova, entre a Croácia e a Hungria. Estudou em Roma, especializando-se na arte da oratória. Como sua juventude fora dedicada à vida mundana, Jerônimo tardou seu batizado e, em carta ao papa, ele vislumbrou para si um batismo de fogo no qual suas máculas seriam queimadas. Após ter copiado dois livros de Santo Hilário, ele decidiu estudar teologia. Mas sua leitura favorita continuava a ser a literatura dos grandes legisladores e oradores, como Cícero.
Aos 43 anos, ele esteve muito doente e permaneceu muito tempo acamado, durante a Quaresma, jejuou e teve visões, vendo-se diante do trono do Senhor.
Resolve dedicar-se a uma vida monástica, isolando-se no deserto de Marônia, na Síria. Livros, penas e nanquim são seus companheiros. Para combater a pensamentos impuros, pegava uma pedra e batia em seu peito, punindo-se... logo após voltava a escrever em hebraico, onde se tornou mestre nessa língua.
O sincretismo entre Xangô e São Jerônimo está no temperamento forte, crítico e na medida que ambos são conhecedores de leis e mandamentos. Xangô tem como lugar às pedreiras. Sua imagem é representada por um ancião sentado sobre as pedras, segurando a tábua dos 10 Mandamentos e com um leão ao lado. Xangô tem sua falange também, o mais conhecido é Xangô Kaô.
Na incorporação de Xangô podemos ver o médium curvado, como uma pessoa idosa e com os braços cruzados sobre o peito, batendo firmemente, assim como S. Jerônimo fazia com as pedras em seu peito para afastar os males da carne e a tentação do espírito.

Cor: Marrom.
Guia: Contas de cristal marrom escuro, com ou sem crucifixo de madeira.
Vestes: roupas de cor marrom e branca.
Local: Pedreiras.

OXOSSI

Oxossi, chefe dos caboclos, é sincretizado com São Sebastião".
São Sebastião, santo e mártir católico é apresentado rendido, amarrado e com flechas cravadas em seu corpo. A relação de S. Sebastião com Oxossi está no símbolo da flecha e do arco. Arquetipicamente, o caçador é aquele que penetra um espaço selvagem buscando algo que apenas será efetivamente validado quando ele voltar à sua comunidade (aldeia, vila ou cidade).
Senhor das matas e da caça. Oxóssi é chefe na linha dos caboclos. Detentor da sabedoria nas folhas da Jurema, Oxóssi é o orixá do trabalho (empregos) e da linha da cura. Muitos caboclos trabalham nessa linha, pelos seus conhecimentos contra as doenças terrenas. Por ser caçador, também é conhecido por suas vitórias contra as demandas. Oxóssi é raramente encontrado nos terreiros de umbanda, mas é muito bem representado pelos caboclos/caciques/índios da casa.

Cor: verde claro, verde folha ou verde bandeira.
Guia: contas de cristal verdes ou contas de cristal verdes e brancas.
Vestes : roupas verdes e brancas ou totalmente verdes. Usam o cocar que pode ser colorido ou totalmente verde.
Flores: samambaias, folhagens e flores em geral.
Local: Matas e florestas.


OXALA

O Pai maior na Umbanda
No Brasil, Oxalá adquire maior abrangência, especialmente na Umbanda, onde é sincretizado como Nosso Senhor Jesus Cristo ou Zambi - entidade suprema para os bantos, a qual por sua vez, é comparável ao Deus católico e ao Olorum iorubá.
Na Nigéria, Oxalá é um dos três avatares de Obatalá, ao lado de Oxalufã e Oxaguiã, que, a princípio, seriam duas entidades independentes, e não apenas "qualidades" de Oxalá como no Brasil. Aqui, Oxalá foi elevado ao mesmo nível hierárquico de Obatalá, que na África, era seu superior. O Obatalá dos nigerianos é uma entidade tão sublime que não costuma se incorporar para se comunicar com os humanos.
Nos altares de Umbanda é comum vermos a figura tranquilizadora do Cristo de braços abertos e não numa cruz, oferecendo seu amor e caridade indistintamente a todos. Sua cabeça aureolada emite a luz do conhecimento espiritual que esclarece questões e apazigua conflitos, abrandando o ardor dos espíritos inflamados. Paz na Terra às pessoas de boa vontade...
Oxalá como a autoridade Suprema na Umbanda. Ele é quem dá as ordens a todos os orixás para virem até a Terra ajudar seus filhos. Sua imagem é qualquer representação de Jesus Cristo, normalmente sem a Cruz.

Não há incorporação de Oxalá na Umbanda.

Cor: Branca.
Flor: Flores brancas em geral (rosas, lírios, cirsântemos, etc).
Guia: Contas de cristal transparente ou miçangas branca-leitosa.

OS BAIANOS

Linha da Bahia ou Linha dos Baianos

Linha na Umbanda que traz uma mensagem de conforto por estar mais próxima do nosso tempo. Digo isso pois os baianos eram antigos Babalorixás, ou pessoas que de uma certa forma viveram no sertão do Nordeste e trouxeram uma expectativa de vida para a região. Muitos dos baianos são descendentes de escravos que trabalharam no canavial e no engenho.
Os baianos tem um conhecimento muito grande das ervas e do axé. Falam com sotaque arrastado, igual ao povo que ainda mora na Bahia. Muitos baianos também podem pertencer a vida de algum médium (avô, bisavô, tio-avô, etc) para ajudar a família e assim acaba também ajudando aos demais.

Cor : branco
Guia : sementes de coco (coquinho)
Vestes : Roupa branca e casaco de couro. Usa chapéu de couro.
Bebidas : batida e/ou água de coco
Comidas : farofa, melância com farinha, coco, cocada e etc